Construção civil é levada por Héctor Zamora para dentro da galeria
A arte e a poesia concreta surgem no início dos anos 1950 no Brasil, intimamente associadas ao impulso modernizador que levantou Brasília e ao boom desenvolvimentista que prometia um avanço histórico de “50 anos em cinco”. Mais de meio século se passou, e tanto o empenho construtivo quanto a abstração geométrica que modificou os parâmetros artísticos naqueles anos ainda ecoam na arte brasileira. Quatro exposições em cartaz hoje evocam a inteligência e o rigor brasileiro pela construção. Ou pela desconstrução.
Com uma consistente pesquisa sobre as relações entre a escultura e a arquitetura, a artista carioca Ana Holck trabalhou sobre a estrutura do elevado da Perimetral, no Rio de Janeiro, cuja construção começou a ser realizada nos anos de Juscelino, e está com os dias contados – sua demolição faz parte do projeto de revitalização da área portuária. Na mostra “Perimetrais”, a artista “dissecou” a perimetral em cortes, representados em gravuras de metal. Com o mesmo rigor analítico com que desconstruiu a perimetral, a artista usou de cálculos de peso para criar estruturas com mourões de concreto e outros objetos de delicado equilíbrio.
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